segunda-feira, 27 de junho de 2011

A Angústia em Sartre (ou O Determinismo em Paulinho da Viola)

"Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar
É ele quem me carrega, como nem fosse levar."




À medida que o tempo passa, e nos deparamos com nossos dilemas cotidianos, passamos a crer cada vez mais num Determinismo. Ora, é muito mais fácil culparmos Deus ou "O Destino" pelos acontecimenotos de nossa vida. Fácil, nao útil.
Ouvindo essa canção de Paulinho da Viola após uma prova de Filosofia, passei a compreender a música à partir de um ponto de vista filosófico: o existencialismo sartreano.

Em poucas palavras, Sartre acredita que "estamos condenados à liberdade", o que significa dizer que somos total e irrevogavelmente fruto de nossas escolhas. Não há Deus, sociedade ou moral que nos condicione. Somos exatamente aquilo que escolhemos ser.

Desta forma, também convém citar a Parábola do Semeador, na qual Jesus fala que colhemos aquilo que plantamos.

Ora, à partir do momento em que o homem toma ciência de sua escolha, e percebe que sua vida é fruto de suas escolhas, estabelece-se uma Angústia neste, uma vez que o homem não sabe quais consequências seus atos terão. Portanto, acaba escolhendo por acreditar que uma força maior o determinou a ser o que é. O que é mais fácil, porém inútil.

Útil é viver com a consciência da escolha, ainda que não saiba que frutos suas escolhas lhe trará. Útil é semear sem medo de colher. Útil é ser o timoneiro, e não viver ao sabor das marés.

Homens fortes são aqueles que têm ciência de que tudo aquilo que escolhem lhes trará consequências, e que, ainda que não saibam quais consequencias serão, não se escondem na sombra de deuses, e simplesmente vivem.

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